No final desta ‘viagem’ pelo mundo do queijo e na qual fomos retirando várias ilacções e experiências dos mais de seis anos de aventura DosQueijos, só podemos desejar, ainda que de forma modesta, ter contribuído para um reforço da reflexão em torno do sector e para uma maior utilização do queijo, seja pelos consumidores finais seja pelos vários tipos de clientes que o disponibilizam ao consumidor, directamente, sob a forma de tábuas ou incorporado nas mais diferentes combinações e preparações.
https://dosqueijos.pt/our-blog/item/371-mais-gente-mexer-nosso-queijo-14#sigProId06388de955
E essa é a melhor das recomendações que podemos deixar: experimente… o pior que pode acontecer é não gostar.
Mas é também nesse sentido que pensamos que o desígnio da fileira do queijo no nosso país e da construção de uma verdadeira cultura queijófila em Portugal será o de uma longa caminhada de pequenos passos… a de optar por pensar, não em saltos quânticos, mas no aumento do seu conhecimento um pouco em cada momento e do seu consumo per capita um quilo de cada vez!
E terminamos, deixando dez pistas que, pelo menos em nossa opinião, poderão contribuir para esse objectivo…
- ♦ Comunicar o queijo para diferentes momentos de consumo, fugindo do chavão da fatia de queijo para colocar no pão ao pequeno-almoço ou a meio da tarde;
- ♦ Aproximar o queijo da gastronomia nacional; Portugal possui uma gastronomia rica e reconhecida, mas, muito raramente, o queijo a integra, pelo que dever-se-ia aproveitar os novos expoentes da cozinha portuguesa e a reinvenção que estão a fazer da nossa gastronomia para facilitar esse ‘namoro’;
- ♦ Reforçar a presença de tábuas de queijo na melhor restauração do nosso país; os turistas que nos visitam não desejarão experimentar em Portugal um brie de supermercado ou uma imitação de manchego; os apreciadores portugueses gostarão de perceber que na restauração que visitam o queijo é ‘acarinhado’ e que quem o propõe sabe dar um mínimo de informação sobre aquilo que serve;
- ♦ Apostar em novas propostas a nível de produto, tendo a coragem de avançar para novos tipos de queijo (utilizando o leite de pequenos ruminantes mas também o leite de vaca), maiores tempos de cura, novos formatos, novas formas de apresentação;
- ♦ Melhorar a oferta dentro dos espaços da moderna distribuição, combinando uma mais ampla diversidade no livre-serviço com mais qualidade e aconselhamento nos balcões de charcutaria;
- ♦ Apostar em espaços de comercialização especializados, com ou sem consumo no local, espaços que se podem converter em locais privilegiados de construção e divulgação da ‘cultura’ do queijo;
- ♦ Superar os preconceitos nutricionais, desmistificando ideias feitas, compilando informação científica favorável, apelando à sua introdução em propostas de alimentação saudável;
- ♦ Reforçar o conhecimento internacional dos queijos portugueses, muito em especial dos queijos com especificidades que possam impressionar os consumidores e apreciadores a nível internacional, apostando num conceito de tábua portuguesa, que permita a elevação de Portugal ao patamar mais alto dos países com tradição na produção e consumo de queijo;
- ♦ Ocupar um espaço de comunicação mais amplo, reforçando a presença sistemática em publicações e emissões, aproveitando quer a vaga de programas relacionados com a culinária, quer os espaços relacionados com gastronomia, enologia ou epicurismo;
- ♦ Identificar e preparar um conjunto de técnicos e apreciadores que possam corporizar o queijo no campo da comunicação; pessoas que possam dar a cara pelo queijo português; pessoas que possam dar a cara pelo queijo em Portugal.
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